Este é o primeiro artigo feito especialmente para Psicólogas (os), mas que pode ser lido e bem aproveitado por qualquer pessoa que se interesse pelas relações humanas, principalmente as mais verdadeiras. 🙂
Antes de mais nada, quero agradecer por sua confiança e disponibilidade para essa troca que estamos começando hoje. Deixe-me contar um pouquinho mais sobre mim antes de entrarmos de fato no assunto do título.
Eu me chamo Isabela e me formei em Psicologia em 2018. Comecei a atender na clínica em 2016, como estagiária, e desde então, muitas crenças criadas durante a graduação têm sido desconstruídas com a minha prática diária. Eu sou apaixonada pela Psicoterapia e acredito de verdade na mágica que acontece a partir da relação terapêutica bem estabelecida, mas sei que, para isso, precisamos que tanto Psicóloga(o) quanto paciente estejam disponíveis e abertos para essa relação.
E é aí que entra a questão que quero abordar aqui hoje: a humanização da prática clínica. Vamos lá?
Eu imagino que você, Psicóloga(o), assim como eu, aprendeu um monte de coisas durante a faculdade sobre como nós devemos nos comportar e nos posicionar diante dos nossos pacientes (ou clientes, como você quiser chamar, ok?). Vou listar aqui embaixo algumas dessas características que, em tese, deveríamos adotar:
- Postura, expressão e até vestimentas neutras;
- Expor nossa personalidade o mínimo possível;
- Caso encontre um paciente na rua, fuja para as colinas (rs);
- Jamais aceite presente ou qualquer outra coisa de um paciente;
- Falar pouco durante os atendimentos e mantendo um tom de voz neutro;
- Evitar contato físico com os pacientes, como abraços. No máximo um aperto de mão (essa ficou fácil pra quem atende online!).
Essas são só algumas orientações que me passaram. Você também recebeu alguma (ou todas) delas?
Pois então eu gostaria que você me respondesse, do fundo do seu coração, como você criará vínculo com seu paciente adotando um comportamento que mais lembra um robô do que uma pessoa? Pare um pouquinho e pense em quais características você gostaria de encontrar em uma Psicóloga(o) que te atendesse. Enquanto você pensa, eu vou listar aqui tudo que eu procuro em uma Psi:
- Acolhimento;
- Coerência;
- Alguém que demonstre se preocupar verdadeiramente comigo;
- Um pouquinho de senso de humor porque, afinal, não faz mal a ninguém;
- Flexibilidade;
- Calor humano, com direito a abraços quentinhos e tudo!;
- Autenticidade e verdade.
O que você acha da minha lista? É parecida com a sua? Está entendendo onde quero chegar com essa reflexão?
O que precisamos, de fato, é mostrar para nossos pacientes quem verdadeiramente somos. Como vamos pedir ao paciente que se aceite como é se vivemos um personagem na nossa atuação clínica? Isso é, no mínimo, incoerente. Precisamos abraçar quem somos e levar para nosso atendimento a nossa personalidade, a marca que deixamos no mundo. Claro que precisamos e devemos ter cuidados, que devem girar em torno de manter a ética e a preocupação em acolher, não julgar e aceitar incondicionalmente quem nos procura.
Somente dessa maneira construiremos uma prática clínica mais humana, afinal o que há de humano nessa rigidez toda que nos ensinaram? Somente acolhendo e aceitando nossa própria humanidade é que somos capazes de acolher e aceitar a humanidade de nossos pacientes.
Essa reflexão fez sentido pra você? Então me dê sua mão e vamos juntos buscar esse novo modo de fazer Psicoterapia.
Fique por aqui pra receber mais conteúdo sobre a prática clínica.
Um beijo, um abraço e seguimos juntas!
Com amor,
Isa.
